“Sinto que ainda não pertenço à cadeira que ocupo.” O que ninguém te contou sobre crescer na liderança.

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Subir na carreira não é só conquistar novos cargos.

É ser forçado a lidar com novas pressões emocionais, novas comparações, novas camadas de exposição e responsabilidades. Eu me lembro de um dia em que fui chamada por uma empresa para apresentar a continuidade e expansão de um trabalho que eu já havia feito para eles, com excelentes resultados.

A proposta era tornar aquele projeto corporativo, o que representava um salto estratégico, envolvendo mais consultores, maior escala e visibilidade para a minha empresa. Fui recebida por um executivo C-level de forma bastante direta e objetiva. Sem rodeios, ele disparou:

“Me fale sobre você. Seu currículo. Outros trabalhos que já fez.”

Aquilo quebrou minha expectativa. Eu esperava uma conversa partindo da relação já construída e dos resultados entregues. Comecei a me apresentar, mas, por dentro, surgiu uma dúvida:

“Será que eles estão questionando minha capacidade técnica e minha liderança para sustentar um time de consultores nesse novo patamar?”

E então veio uma virada interna:

“Eu não estou aqui para provar. Já demonstrei que sou capaz. Estou aqui para apresentar o que acredito.”

Respirei. Ajustei meu tom. Me reconectei com a confiança que me trouxe até ali. Nesse momento, a expressão dele mudou.

Ele me interrompeu:

— Que jeito desnecessário de começar nossa conversa.

— O resultado está aí. Vamos falar sobre como sustentar isso em outro nível de complexidade.

Ali, ficou claro: A liderança não é promovida apenas por currículos. Ela se sustenta com presença, coerência e maturidade emocional. Quando você se vê diante de decisões que afetam equipes inteiras, o nível de maturidade exigido aumenta.

E se o seu modelo mental não acompanha esse crescimento, surgem distorções: Você tenta sustentar uma imagem de confiança mesmo quando está em dúvida.

Precisa entregar mais, pensar mais amplo, comunicar com assertividade, pois há momentos em que, mesmo contando com um time, o desenrolar da situação depende de você.

Mas quando é que te ensinaram a lidar com o impacto psicológico disso tudo?

Já acompanhei muitos líderes nesse ponto, tanto em trabalhos corporativos quanto em minhas mentorias de liderança e, ao longo de mais de 20 anos, identifiquei três dores que se repetem nesse estágio da jornada:

⚠️ 1. A autoimagem que não acompanhou o seu crescimento

Você evoluiu. Mas a sua percepção de si mesmo ainda está presa a um “você antigo”, inseguro, em dúvida, operando no modo “provar valor”.

Esse descompasso gera ruído interno:

• Você age como líder, mas pensa como quem ainda precisa conquistar permissão.

• Isso afeta suas reuniões, sua comunicação, sua visão e sua autoconfiança.

A liderança madura começa quando você assume o direito de ocupar o lugar que já conquistou.

E isso não vem com o crachá. Requer realinhamento interno.

🔥 2. A hiperexigência que corrói sua autoconfiança

Você sente que precisa entregar 150% o tempo todo, dormir mal vira normal, sua vida pessoal fica em segundo plano, e o cansaço crônico é confundido com comprometimento.

Mas por trás disso existe um medo silencioso: o medo de falhar e ser questionado. Você se sente em uma vitrine onde qualquer erro pode validar o pior pensamento: “Será que eu sou realmente bom o suficiente para esse nível?”

Um estudo da KPMG mostrou que 75% das mulheres em cargos de liderança já sentiram que não mereciam estar ali. Entre os homens, o número também é alto mas mais mascarado, por medo de parecer vulnerável. Essa é mais uma distorção que exige realinhamento interno.

🧊 3. O isolamento do topo e a dificuldade de pedir ajuda

Quanto mais você sobe, mais solitário o lugar se torna.

• Você não pode dividir tudo com a equipe.

• Nem sempre se sente compreendido por pares.

• E começa a achar que precisa lidar com tudo sozinho.

O dilema se instala: Ser forte é suportar calado? Ou é ter coragem de buscar estrutura emocional para seguir crescendo? Muitos líderes silenciam essa dor.

Mas isso custa energia, presença e potência.

Às vezes, um parceiro, uma mentora, uma conversa entre iguais, é o que falta para a virada de chave acontecer. A raiz do problema não está no cargo. Está na falta de estrutura interna para sustentá-lo. A maioria dos líderes que trava nesse ponto não tem um problema técnico ou de gestão, na verdade, tem um desalinhamento entre a identidade de liderança, o posicionamento estratégico e a maturidade emocional exigida.

Esse tipo de travamento não se resolve com mais um MBA.

Resolve-se com uma mudança interior um posicionamento de agilidade emocional aliado à validação pessoal da própria jornada, que nem sempre conseguimos fazer sozinhos.

📍 E se você quiser transformar essa reflexão em caminho?

Foi justamente por viver momentos como esse e acompanhar centenas de líderes em encruzilhadas silenciosas que eu desenvolvi a Mentoria 5.4.3 PRO.

Ela não nasceu para ensinar técnicas. Ela nasceu para sustentar líderes.

📝 Um exercício prático para hoje:

Tire 10 minutos e escreva, com honestidade:

• Uma conquista sua que foi importante, mas você minimizou

• Uma qualidade que os outros veem em você, mas que você ainda duvida

• Um erro que te ensinou mais do que qualquer curso

Releia com calma. Agora, leia essas três respostas em voz alta.

📢 Ouça sua própria história. Escute com presença o que já habita em você.

Agora pergunte-se:

“O que isso diz sobre o(a) líder que já existe em mim?”

Sua próxima fase não precisa ser atravessada sozinho. Estamos juntos – em 5.4.3… !!

Com presença e liderança,

Ana Lícia Reis

Mentora de Liderança Sistêmica e Regenerativa, Fundadora da Plena Mente DHO.

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