Autoconhecimento profundo e ESG: O Ciclo da Prosperidade Social

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Esse texto veio de uma reflexão sobre o quanto o autoconhecimento pode transformar nossa realidade pessoal e como comunidade social. Será que faz sentido para você? Leia e deixe seus comentários, será um prazer conhecer suas ideias e percepções.

 

Desenvolvimento Emocional e Seus Impactos na Educação, no Trabalho e nas Relações Sociais

 

O desenvolvimento emocional é uma dimensão essencial da vida humana, que começa na infância e continua ao longo de toda a existência. Desde cedo, as emoções moldam nossa identidade, nossos relacionamentos e a maneira como interagimos com o mundo. Esse amadurecimento emocional é fundamental para o desenvolvimento saudável de pessoas, famílias, comunidades e organizações. Contudo, a educação formal e os modelos familiares muitas vezes negligenciam essa dimensão, priorizando somente o desenvolvimento cognitivo. Como consequência, gerações de adultos têm chegado ao mercado de trabalho sem uma preparação emocional adequada para lidar com as complexidades e ambiguidades do mundo moderno.

A capacidade de autocontrole e autoconhecimento se desenvolve em fases. Crianças a partir dos 7 anos começam a reconhecer emoções mais complexas, ainda que tenham limitações para refletir profundamente sobre seus atos. Nesse período, os adultos — pais, professores e cuidadores — desempenham um papel importante como mediadores desse aprendizado, oferecendo suporte e modelos de comportamento. Durante a adolescência, o desenvolvimento emocional continua, mas é marcado por instabilidades causadas por mudanças hormonais e cerebrais. E somente após os 25 anos o córtex pré-frontal — responsável pelo raciocínio lógico, tomada de decisões e autorregulação — atinge sua maturidade. Sem uma base sólida de compreensão emocional construída na infância, esse treino prático acaba acontecendo só na vida adulta, gerando altos custos corporativos e sociais para integrar pessoas, dar sentido e pertencimento. E nesse, caso, os líderes precisarão ter feito um bom trabalho de autoconhecimento para poderem apoiar seus times.

Embora o amadurecimento emocional faça parte da biologia humana, o contexto familiar, educacional e social desempenha um papel determinante na forma como as emoções são integradas ao desenvolvimento, pois o vínculo emocional é fundamento prático para a compreensão das emoções. Muitas vezes, as crianças são deixadas a lidar sozinhas com emoções complexas como frustração, rejeição e abandono, sem o suporte necessário. Pais e educadores, despreparados emocionalmente, acabam reprimindo ou superprotegendo as crianças, perpetuando sua falta de repertório emocional. Essa ausência de orientação tem impactos de longo prazo, resultando em imaturidade emocional no ambiente profissional e nos relacionamentos pessoais.

O Déficit Emocional no Ambiente Organizacional

 

No ambiente de trabalho, essa falta de preparo emocional contribui para a criação de culturas corporativas que ignoram ou reprimem as emoções. O foco excessivo em resultados e desempenho acaba desconsiderando a importância da saúde emocional, gerando ambientes de alta pressão e baixa empatia. Isso ativa o sistema de resposta ao medo, governado pela amígdala cerebral, que inibe a produtividade, a criatividade e gera um ambiente propício à ansiedade, ao estresse crônico e ao burnout. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que os transtornos mentais causam a perda de aproximadamente 12 bilhões de dias de trabalho anualmente, gerando um prejuízo de cerca de 1 trilhão de dólares. E preconiza que as empresas devam entrar para valer na melhora da percepção de saúde e bem-estar para o bem do nosso planeta.

Além disso, uma pesquisa da psicóloga Tasha Eurich revelou que, embora 95% das pessoas acreditem ter autoconhecimento, menos de 15% realmente o possuem. Esse dado revela a falta de preparo emocional nas organizações, onde líderes e colaboradores, sem autoconhecimento, têm dificuldade em reconhecer e gerenciar suas emoções. Isso prejudica não só o clima organizacional, mas também os resultados da empresa. Eu acredito que esse resultado se deva a confusão de que informação sobre si seja autoconhecimento, mas na realidade conhecer-se vai bem além, trazendo entendimento dos impactos e do porque dessa atitude, pois dessa forma haverá possibilidade de transformação.

A Inteligência Emocional como Pilar para o Desenvolvimento Sustentável

 

No cenário atual, a inteligência emocional tornou-se uma competência essencial. A teoria das inteligências múltiplas, de Howard Gardner, destaca a importância das inteligências interpessoal e intrapessoal para o sucesso no mundo moderno. No entanto, o sistema educacional ainda privilegia as inteligências lógico-matemática e linguística, deixando uma lacuna significativa no desenvolvimento emocional.

Essa falha tem repercussões diretas no mercado de trabalho. Profissionais tecnicamente capacitados, mas emocionalmente despreparados, enfrentam grandes desafios ao lidar com os aspectos emocionais do ambiente corporativo. Em nossa experiência na Plena Mente, observamos que muitos líderes encontram dificuldades significativas no desenvolvimento de sua inteligência emocional, particularmente em áreas como empatia, percepção e gestão de emoções. Isso pode torná-los impessoais demais ou excessivamente envolvidos, gerando desequilíbrio no ambiente de trabalho.

Transformando a Cultura Organizacional: Caminhos para a Inteligência Emocional

Para interromper esse ciclo de despreparo emocional, é necessária uma transformação cultural nas organizações. Devemos implementar estratégias de“alfabetização emocional”, como costumo chamar, que promovam o reconhecimento, a compreensão dos impactos e a gestão das emoções. Esse processo pode ser ancorado em três pilares: autoconsciência, autorresponsabilidade e cocriação de ambientes de crescimento positivo.

No ambiente corporativo, esses pilares precisam ser aplicados de forma prática, especialmente no desenvolvimento de líderes emocionalmente inteligentes. Líderes que reconhecem suas vulnerabilidades e as utilizam de maneira construtiva são capazes de criar ambientes de confiança e colaboração. Na @plenamentedho, aplicamos o conceito da Tríade da Prosperidade, onde os indivíduos ganham autoconsciência e se tornam protagonistas de suas histórias, ajustando as lentes sobre como veem as situações, evitando gatilhos de vitimização, buscando parceiros alinhados com seus valores para enfrentar os desafios que surgem de forma madura.

Além disso, desenvolvermos estratégias para o autoconhecimento profundo de líderes, cocriando ambientes que favoreçam as relações autênticas. Nossas práticas envolvem a mandala do Bem-Ser, o jogo da Liderança Consciente, que provoca conversas transformadoras, tanto individualmente quanto em grupos, o Modelo 5.4.3-PRO da Liderança Estratégica utilizado para mentorias de liderança e claro, os team buildings apropriados para cada desafio emocional dos times.

Essa abordagem permite a criação de ambientes de trabalho ecocentrados, onde o bem-estar humano e a sustentabilidade organizacional coexistem de forma equilibrada. Uma liderança empática, que trabalha suas vulnerabilidades e desenvolve sua inteligência emocional, gera equipes mais engajadas e alinhadas com os objetivos da organização.

Realizar a transformação essencial é acreditar no desenvolvimento humano, a partir do desenvolvimento pessoal

O Futuro das Organizações e do Planeta

 

O desenvolvimento da inteligência emocional não deve se limitar ao ambiente corporativo. Pais e educadores também têm um papel fundamental em promover essas habilidades desde a infância, criando bases sólidas para futuras gerações. Ao fazer isso, estaremos contribuindo para uma sociedade mais equilibrada, resiliente e emocionalmente saudável, capaz de enfrentar os desafios contemporâneos de maneira mais sustentável e humana.

Com essas mudanças, empresas e sociedades estarão mais preparadas para enfrentar os desafios do futuro, promovendo saúde mental, sustentabilidade ambiental e resultados de alto impacto. O autoconhecimento profundo é, portanto, uma prática essencial para integrar ESG nas organizações de forma eficaz e promover um ciclo de prosperidade social e planetária. Líderes e liderados trabalhando juntos, aprendendo uns com os outros, em uma verdadeira sala de aula corporativa.

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