Ciclos: o que eles ensinam sobre liderança

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A vida é um contínuo. Não é um fragmento de momentos, mas uma linha maior em que se desdobram ciclos que se abrem e se fecham ao longo do caminho. Projetos, relacionamentos, carreiras todos acontecem dentro dessa continuidade maior que nos conduz.

E há um tipo de ciclo que nos ensina de forma especialmente profunda: acompanhar a vida de um ser, do primeiro olhar até sua partida.

Tenho vivido isso em casa. Meus cães, companheiros de tantos anos, hoje caminham em outro ritmo. Já não correm como antes, os olhos denunciam a passagem do tempo e o corpo pede mais cuidado, sinais da finitude.

Do filhote arteiro e desajeitado, amigo leal de tantos ciclos, do caos da juventude à serenidade à maturidade, e as artes características da última etapa da vida.

É impossível não sentir o aperto no peito. Há um luto antecipado. Mas, junto dele, há também um privilégio: poder ter vivido e cuidado de um ciclo completo dentro da continuidade maior da vida.

Essa vivência me lembra que cada ciclo (início, meio e fim) tem seu valor. Que o aprendizado não está apenas no começo ou no final, mas no caminhar, no cuidar diário, no simples ato de estar presente.

Ciclos no mundo corporativo

Essa vivência com meus pets me fez olhar para os negócios de outra forma. Essa vivência pessoal não é distante da vida organizacional. Se a vida é um contínuo feito de ciclos, a empresa também é.

Ela respira como um organismo vivo: projetos nascem e amadurecem, equipes se formam e deixam sua marca, líderes assumem e em algum momento precisam ser sucedidos, fusões se iniciam cheias de promessas e às vezes se desfazem antes de florescer. Cada encerramento traz dor, e abre espaço para o novo.

Quando olhamos de forma superficial, vemos apenas prazos e entregas. Mas, como organismo, a empresa guarda memórias, vínculos e transformações. Cada fase concluída deixa marcas sobre como a organização pensa e age. Cada pessoa que passa deixa uma presença que segue na memória dos outros.

E, assim como na vida, os finais também exigem coragem. Encerrar ciclos pode significar desligamentos, desistir de um projeto que não prosperou, mudar uma rota que já não faz sentido.

Quando reconhecemos a beleza e a força de cada ciclo, a liderança deixa de ser apenas gestão de tarefas e se torna um contínuo espaço de cuidado e legado.

Uma liderança que nutre, escuta e deixa marcas, mais do que resultados, constrói vínculos e cultura que sustentam o futuro.

O convite à reflexão

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Encerrar um ciclo deixa aquele vazio, uma tristeza de fim. Ao mesmo tempo, revela a beleza do que foi construído e o impacto do que permanece.

Há alegrias e ansiedades nos começos, e pode haver tristezas e alívios nos finais. No fundo, a pergunta que todo líder precisa se fazer é:

Como tenho vivido os ciclos? Qual legado quero deixar neste ciclo?

Encerrar um ciclo dói. Pois nos revela o impacto do que foi vivido.

Por, Ana Lícia Reis

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